A OMS conceitua depressão como um transtorno mental resultante de uma “complexa interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos” e afirma que podem ocorrer episódios depressivos em graus leve, moderado e grave – tudo isso varia de pessoa para pessoa e depende da intensidade dos sintomas de cada um.

Apenas um profissional qualificado pode dar o diagnóstico, mas em geral a depressão é predominantemente marcada por imagem negativa de si e/ou do mundo, sentimentos de desamparo, inutilidade e desesperança, culpa e pessimismo. É comum perder o interesse no que se passa à sua volta, ter pensamentos suicidas e não conseguir mais satisfação com atividades que antes apreciava. Muitas vezes tem dificuldade em tomar decisões ou sustentar decisões que tinha tomado. Ela pode surgir como resposta a um estímulo estressante externo ou como um padrão de respostas frente ao mundo.

 

 

Os 10 sintomas mais comuns:

  1. Angústia
  2. Desanimo
  3. Cansaço fácil
  4. Apatia
  5. Sentimentos de desesperança
  6. Falta de motivação
  7. Sensação de que a vida não tem sentido
  8. Desejos de morrer
  9. Insônia
  10. Irritabilidade

 

Além disso, a atividade cerebral fica disfuncional e pode ser melhorada com alimentação indicada pelo nutricionista, terapia psicológica, prática regular de exercício físico e de atividade sexual, que são antidepressivos naturais. Por tudo isso depressão é uma doença, inclusive com tratamento farmacológico.

Apesar disso a pessoa pode ter uma vida “normal” e realizar atividades complexas, pois é possível mascarar os sinais e sintomas ou vivenciar momentos de sentimentos positivos. As pessoas desconhecem, ou preferem ignorar, o fato de que estar sorrindo tem absolutamente nada a ver com a presença ou não da doença.  (Fonte: National Institute of Mental Health). Outro fator importante a observar é que a depressão pode se manifestar diferente nos homens.

 

Importância da adesão ao tratamento

A maior parte do sucesso do tratamento é do paciente, muitas pessoas não alcançam resultados porque, por exemplo, não seguem as recomendações, não fazem os exercícios de ativação comportamental em casa, não tomam a medicação de forma correta, etc. Muitos chegam esperando uma fórmula mágica ou que o profissional faça tudo sozinho: grande engano. Terapia é um processo, muitas vezes lento, muitas vezes doloroso, individual, que tem altos e baixos, mas sempre vale a pena pois comumente o ganho em qualidade de vida é excelente.

Um comportamento comum é melhorar e abandonar a terapia e/ou medicação, lembre-se que mesmo após se sentir bem é preciso o tratamento de manutenção e prevenção de recaídas.    

 

Participação da família e amigos

Os pensamentos negativos podem impedir o paciente deprimido de se empenhar em atividades que o façam sentir-se melhor, mas outro grande ponto a ser trabalhado é o meio social. É comum se sentir incompreendido, fraco, ouvir comentários de que o que está passando é besteira, que basta pensar positivo, ler mil livros de autoajuda recomendados pelos amigos, ser chamado de preguiçoso pela família, se sentir irresponsável por não dar conta das atividades que antes realizava normalmente. Esses são exemplos de coisas que pioram ainda mais o quadro. A pessoa também tem uma tendência a se isolar para não “incomodar as pessoas”, para fugir dos julgamentos/conselhos ou para não demonstrar sentimentos agravando seriamente a doença. Se você conhece pessoas que estão enfrentando essa doença se informe, leia sobre o assunto, pergunte.

 

Dra. Alice Colina Ávila Pinto Sales - Psicóloga

CRP-DF 01/21408